Bioenergy consegue vender energia solar no mercado livre e erguerá usina na
Bahia
Ainda assim, empresa diz que consumidor não está preparado para pagar mais caro
por energia limpa
Wagner Freire
A Bioenergy conseguiu abrir as portas para a
comercialização da energia solar fotovoltaica no ambiente de contratação livre
(ACL). Em um certame inédito, realizado no último dia 7 de agosto, a empresa
vendeu em torno de 2,5MWh solares, que viabilizarão a construção de uma usina na
Bahia. Os contratos firmados foram assinados na semana seguinte ao leilão.
"Foi o primeiro leilão solar do mercado
brasileiro e o resultado foi positivo", comemora Sérgio Marques, presidente da
empresa. Agora, a Bioenergy prevê investir entre R$20 milhões e R$22 milhões
para erguer um empreendimento de 3MW no município de Bom Jesus da Lapa, na
Bahia, distante 800 quilômetros da capital Salvador. Até o final de agosto,
serão definidos tecnologia e fornecedor dos equipamentos.
Marques conta que os compradores são
principalmente empresas que acabaram de migrar para o ambiente livre porque
sentiam que pagavam tarifas muito altas no mercado cativo. "Não tivemos muitas
propostas, mas foi o suficiente", resume o executivo. Segundo ele, a energia
solar foi comercializada pouco acima do preço piso do edital, que era de R$ 250
por MWh.
Perguntado se mercado está maduro suficiente para
pagar mais caro por uma geração limpa, como é a energia solar, Marques foi
categórico. "Não. Ainda são ações isoladas de algumas instituições
vanguardistas. O mercado não está preparado, mas deveria."
Além da energia solar, a Bioenergy comercializou
outros 10MWh eólicos, a um preço médio de R$ 120 por MWh.
(Fonte: Jornal da Energia)
====
====
Nosso Comentário
Se comparado aos custos médios de aquisição de energia elétrica informados na postagem de ontem, o preço piso do edital já continha um ágio extraordinário, principalmente, porque o leilão em tela foi realizado em agosto. Sobre o piso, a empresa ainda conseguiu superar o ágio imposto. Surpreendente, mesmo considerando que a entrega é para o mercado Nordeste.
Entende-se, assim, o "despreparo" do mercado para pagar mais caro por uma energia limpa.
Contudo, o avanço da tecnologia, tanto para a geração solar quanto para a geração eólica, e a produção em maior escala, certamente levarão os preços a patamares mais baixos.
Energia limpa é uma caminho sem volta e precisa ser incentivada.

Nenhum comentário:
Postar um comentário