sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Deficiência no Ensino Público, Gera Mão de Obra Desqualificada?

Por
André Nascimento

O crescimento econômico - social que o Brasil está passando, revelou um antigo problema que já é muito comum nos paises em desenvolvimento: a mão de obra qualificada é desqualificada, ou melhor, é precária. Este entrave leva muitas empresas a enfrentarem dificuldades na expansão de seus negócios. Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), somente 18% dos trabalhadores que buscam emprego no país têm algum tipo de qualificação, o que eleva para 7,5 milhões o número de trabalhadores sem qualquer qualificação ou experiência buscando trabalho no Brasil.
“ a desqualificação de uma parte considerável da força de trabalho, não é ruim apenas para estes profissionais, mas também para as empresas, que enfrentam mercados cada vez mais competitivos, inclusive competindo com produtos importados, sem o suporte de uma mão-de-obra preparada para atuar com qualidade”.

Revela Ralph Arcanjo Chelotti, Presidente da ABRH- Nacional Associação Brasileira de Recursos Humanos.
Isso porque a falta de qualificação profissional criou um abismo entre a oferta e a procura de trabalho: milhões de desempregados que não conseguem preencher poucos postos de trabalho disponíveis devido a má formação profissional-educacional.

Educação a Via Certa

É fato, qualquer programa que compete crescimento com sustentabilidade tem que ter comprometimento bastante forte com o desenvolvimento de pessoas.
“vislumbrar crescimento em até cinco anos sem nenhuma ação voltada para a educação e qualificação profissional colocaria o PAC em risco,pois existe uma grande carência de profissionais qualificados no mercado”. Afirma Ralph Chelotti.

Mas como anda o Ensino Básico no Brasil ?

Para o chefe do Centro de Graduação da Fundação Getulio Vargas, o professor Antonio Freitas, o ensino básico é Perverso e Excludente, e, lamenta a falta de empenho e objetividade dos governos brasileiros em suas políticas educacionais. E diz:
“que a maior dificuldade enfrentada pelas faculdades e universidades é lidar com estudantes que, em grande parte, apresentam sérias deficiências de formação desde os primeiros anos escolares”.
O professor Antonio Freitas, considera que o Brasil avança em ritmo muito lento em Educação, apesar de clas­sificar como bom o nível da graduação nacional. Para ele, os grandes problemas do país são a deficiência no ensino fundamental e médio e a ausência do hábi­to da leitura, o professor explica que muitos estudantes chegam ao ensino su­perior com graves deficiências acadêmi­cas e nutricionais - o que os tornará ex­cluídos em um mundo extremamente competitivo e excludente.


Raio X do Ensino Público

Ao mesmo tempo em que o MEC aponta, orgulhoso, que cerca de 95% das crianças entre 7 e 14 anos estão matriculados no ensino fundamental, ignora as condições das escolas e os irrisórios níveis de aprendizado dos alunos, em apenas 47% das 170 mil unidades escolares existente no país, a jornada diária é superior a quatro horas aula.

De acordo com a pesquisa realizada pela CNT/ Sensus:
Para os brasileiros tudo vai bem nas escolas, mas a realidade é : o sistema é medíocre.

· 90% dos professores se acham bem preparados para dar aulas
· 89% dos pais consideram receber das escolas um bom serviço
· 78% dos professores: a missão da escola é formar cidadãos, 14% contribuir para a formação profissional e 8% ensinar as matérias
· apenas 36% dos alunos consideram os professores politicamente engajados.

Segundo os estudantes dentre algumas figuras históricas e da atualidade mais citadas nas aulas e o contesto em que aparecem, em percentual:
· Presidente Lula; 30% positivo, 27% negativo e 43% neutro
· Che Guevara; 86% positivo, - negativo e 14% neutro
· Lênin; 65% positivo, 9% negativo e 26% neutro
· Hugo Chavéz; 51% positivo, 38% negativo e 11% neutro

Nota - A realidade é que:

* 22% dos professores do ensino médio básico não tem diploma universitário
· O Brasil esta em 52º lugar em ciências e em 53º em matemática – em lista de 57 paises.
· 60% dos estudantes chegam ao fim da 8º série em saber interpretar um texto ou efetuar operações matemáticas simples.
· 16% repetem a 1º série do ensino fundamental.

Diante de tantos dados, podemos chegar à conclusão, que o ensino público brasileiro é deficiente, o que acaba gerando profissionais desqualificados.
O ideal para tentar resolver este entrave, “ má formação – má qualificação ”, seria as parcerias entre as instituições privadas e as instituições de ensino público, podemos citar também os “S” do programas SESI – SENAI – SESC, sistemas estes de ensino de capacitação profissional não governamental, instituições como essas aliadas as escolas técnicas públicas como: Cefet e Faetec, podem melhorar e muito a qualificação técnica do profissional, mas claro tendo antes de mais nada, um ensino básico de qualidade onde os jovens possam passar por um ciclo acadêmico de pelo menos 6hs de aula diárias, como defendem vários especialistas.