quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Administração: a Ciência e as Influências - parte 2

Por
Marcos Bittencourt

Influência da Revolução Industrial

Para que possamos melhor compreender a influência da Revolução Industrial na Administração, é importante analisar seus dois períodos distintos, posto que de seu desenvolvimento surge a chamada Terceira Revolução Industrial, ou a Era da Informação.

A Primeira Revolução Industrial, que vai de 1780 a 1860, pode ser dividida em quatro fases:

1 - Mecanização da indústria e da agricultura;
2 - A aplicação da força motriz à indústria;
3 - O desenvolvimento do sistema fabril;
4 - Um espetacular aceleramento dos transportes e das comunicações.

É na Primeira Revolução Industrial que se inicia a transformação das oficinas artesanais em fábricas, obrigando a fusão de oficinas, para que, fortalecidas, pudessem resistir à competição que se impunha. Os artesãos sem capital suficiente e/ou aqueles que não conseguiram se fundir a alguma fábrica mais desenvolvida, viram-se na situação de entregar sua mão-de-obra a utilização das organizações que surgiram, transformando-se em operários assalariados, algo novo para a época.

A quarta fase da Primeira Revolução Industrial, representou uma aceleração espetacular nos transportes e nas comunicações, trouxe as invenções do telégrafo elétrico e do telefone, precipitando, assim a Segunda Revolução Industrial.
A Segunda Revolução Industrial apresentou como destaques:

* A substituição do ferro pelo aço, como matéria-prima básica;

* A substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo;

* Desenvolvimento da maquinaria automática;

* A especialização do trabalhador;

* O domínio da indústria pela ciência;

* O desenvolvimento das ferrovias;

* A construção em escala do automóvel;

* O desenvolvimento da produção em série ou em massa, através da linha de montagem, por Henry Ford;

* As primeiras experiências aeronáuticas motorizadas bem sucedidas, com Santos Dumont.

Contudo, é o desenvolvimento de novas formas de organização capitalista no limiar do século XX, já na Segunda Revolução Industrial, que impõe proeminência e importância à influência imposta à Administração.

A dominação da indústria por organizações bancárias e instituições financeiras e de crédito, as volumosas acumulações de capital, provenientes de trutes e fusões, a separação entre a propriedade e a direção das empresas e o surgimento da figura da “holding”, coordenando e integrando diversos negócios, levou ao crescente controle da economia por grupos financeiros, o que, não só perdura nos dias atuais, como parece perenizar-se, diversificando, com forte incremento por parte de fundos mútuos e previdenciários controlados por instituições bancárias.

A produção artesanal, através de “corporações de ofício”, foi substituída pela produção por máquinas, dentro de grandes fábricas, forçando súbita transformação, que pode ser observada pela transferência da habilidade do artesão para a máquina e pela substituição da força humana e da tração animal pela potência da máquina a vapor e, posteriormente, pela máquina elétrica e pelo motor a explosão.

Surgia, então, a figura do operário especialista, afeito apenas a uma parcela da produção, em detrimento do generalista, que dominava todo o processo. Explode um mercado de trabalho ocupado por batalhões de operários, formando a nova classe proletária.