Fonte: niobiodobrasil.blogspot.com.br
Nióbio
Rui Fernandes P. Júnior
Especialista em Recursos Minerais
5. CONSUMO APARENTE
O perfil de consumo de nióbio destina-se basicamente à produção de aços microligados, sob a forma de ferro nióbio. Portanto, a indústria siderúrgica é a principal demandante deste metal, assim como o níquel, zinco e ferro.
O perfil de consumo de nióbio destina-se basicamente à produção de aços microligados, sob a forma de ferro nióbio. Portanto, a indústria siderúrgica é a principal demandante deste metal, assim como o níquel, zinco e ferro.
Quase 90% da produção de nióbio são destinadas aos que fazem uso do ferro nióbio standard, tanto na produção de aços microligados, como na fabricação de aços resistentes ao calor. O restante da produção é destinado à produção de superligas a base de óxido de nióbio de alta pureza e outras finalidades.
A Anglo American destina toda sua produção de Fe-Nb para atender o mercado estrangeiro. A CBMM também destina toda sua produção de óxido de nióbio para o mercado estrangeiro. Em 2007, o consumo de óxido de nióbio da alta pureza ficou restrito aos EUA (94,2%), Japão (4,4%) e países da União Européia (1,4%). No entanto, uma pequena parte da produção da empresa de Araxá (aproximadamente 5%) da liga Fe-Nb foi dirigida ao mercado nacional.
Em 2007, mais de 96% do consumo de Fe-Nb destinou-se ao parque industrial siderúrgico do eixo sul-sudeste, sendo os principais Estados consumidores em ordem decrescente: Minas Gerais (52%), com destaque para a região do Vale do Aço (Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano); Espírito Santo (20%); São Paulo (15%), Rio de Janeiro (8%) e Rio Grande do Sul (1%). As principais empresas consumidoras foram: Usiminas (Ipatinga-MG), com 25%: Acesita (Timóteo-MG), com 19%, Companhia Siderúrgica Tubarão (Vitória-ES), com 18%, Grupo Gerdau (11%), Cosipa (Cubatão-SP), com 8%; Aços Villares (6%) e Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda-RJ), com 4% do total consumido nacionalmente.
A elevação nos preços do petróleo, entre 2003 e julho de 2008 viabilizaram novos projetos de exploração e a manutenção de linhas de transmissão desativadas, demandaram uma maior produção de tubos de aço de alta resistência, tanto ao calor como às baixas temperaturas.
A Rússia está construindo uma mega oleoduto de mais de 4000 km de extensão, atravessando a gélida estepe siberiana (as temperaturas podem atingir até -70º C), onde há existência de grandes jazidas de petróleo e gás natural. O oleoduto ligará Taichet, na região de Irkutsk, na Sibéria Oriental até a costa do Oceano Pacífico (Mar do Japão), atendendo a crescente demanda por petróleo dos países asiáticos, incluindo a China. Para atender o mercado chinês, Vladmir Putin (então presidente e hoje primeiro-ministro russo) e Wen Jiabao (premiê chinês) assinaram um acordo para a construção de uma bifurcação deste oleoduto em 2004. Esta possui 67 km de extensão, ligando Skovorodino, no extremo leste da Rússia, até a fronteira norte da China, onde está localizado o terminal de Daquing.
Além da construção deste oleoduto, a parceria russo-chinesa prevê também a construção de gasodutos. Em 2006, a empresa russa Gazprom, a maior produtora de gás natural neste país, e a China National Petroleum Coorporation (CNPC sigla em inglês), a maior empresa petrolífera chinesa também firmaram parcerias. Os russos são o maior produtor de gás natural do planeta e a demanda chinesa por gás natural tende a aumentar em virtude de seu vigoroso crescimento econômico.
Caso as projeções do crescimento do PIB chinês se confirmem e a China não for seriamente afetada pela crise financeira internacional, iniciada na América do Norte em 2007 (da qual abordaremos adiante); a oferta de gás natural chinesa seria insuficiente para suprir sua demanda, o que exigiria a importação do gás natural russo, proveniente da Sibéria. De acordo com o plano da Gazprom, um gasoduto orçado em US$ 10 bilhões ligará o leste da Rússia ao oeste da China, sendo primeiras entregas do gás (80 bilhões de m³), previstas para 2011.
A demanda por tubos de grande diâmetro para o transporte de gás natural e petróleo sob alta pressão a base de aços microligados por nióbio não se limita apenas aos casos mencionados anteriormente.
A Berg Pipe, Europipe, Nippon Steel, Oregon Steel, Stelco, Sumitono e Usiminas produzem estes aços especiais, atendendo clientes como Petrobrás, Britsh Gas, Exxon, Norwegian Statoil e a própria Gazprom.
As chapas grossas microligadas com nióbio também são consumidas pela indústria naval e de plataformas marítimas. Importantes consumidores de chapas para navios são as japonesas Hitachi Zosen e Mitsubishi Heavy Industries e as sul-coreanas Hyundai e Samsung. As plataformas marítimas são feitas principlamente por estaleiros poloneses e alemães.
A indústria automotiva tem consumido aços microligados de alta resistência, laminadas a quente e a frio, principalmente após a primeira crise do petróleo nos anos 1970. Este tipo de aço reduz o peso dos automóveis, implicando economia no consumo de combustível.
O nióbio é consumido em ferros fundidos para discos de freios e peças automotivas como anéis de segmento e camisas de cilindros.
A Cofap no Brasil e a Mercedes Benz, no Brasil e na Europa produzem estes materiais.
Como supercondutor, os fabricantes como a General Dynamics e a General Electric, que, por sua vez, compram os cabos supercondutores da Alsthom, Furukawa, Hitachi, ICG, Kobe, LMI, Outokumpu, Oxford, Sumitomo, Supercon e Vacuumschmelze.
A liga C-103 composta de nióbio é usada como material
refratário pela indústria aeroespacial (aplicada principalmente em propulsores
e bocais de foguetes) por resistir a temperaturas acima de 1.300°C e aceitar
revestimentos contra oxidação. O consumo dessas ligas à base de nióbio aumentou
com o crescimento do número de lançamentos de satélites, envolvendo na cadeia
de fornecimento empresas como General Electric, Kaiser Marquardt, Lockheed
Martin, Loral, e Pratt & Whitney.
As principais empresas que usam nióbio em lentes ópticas para instrumentos oftálmicos, microscópios e câmeras de vídeo são as japonesas Hoya, Minolta, Nikon e Ohara, a francesa Corning e a alemã Shott.
Entre os fabricantes de condensadores e atuadores cerâmicos contendo nióbio estão as japonesas NEC, Matsushita Electric, Murata Manufacturing, TDK e a Trans-Tech, dos EUA. A Bayer, a Sumitomo e a Union Carbide fabricam catalisadores empregando compostos de nióbio.
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