Reproduzimos entrevista do atual titular do Ministério do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, quando ainda deputado federal.
Dentre outros assuntos, o então deputado aborda a exploração do nióbio brasileiro.
Nos valemos do Blog Amigos da Tv Brasil.
Leitura - Revista Eletrônica
========
========
Brizola Neto na cerimônia de posse |
O que o ministro pensa sobre vários temas, entre eles a exploração
dos recursos naturais, pode ser conferido abaixo, na entrevista feita para a
edição 146 de Caros Amigos, em 2009, quando era deputado federal pelo PDT. A
entrevista foi conduzida por Fernando Lavieri, Gilberto Felisberto
Vasconcellos, Hamilton Octavio de Souza, Renato Pompeu, Tatiana Merlino e
Wagner Nabuco.
Exploração de nióbio exige regulamentação
Deputado Federal do PDT, neto
de Leonel Brizola, fala da defesa dos recursos naturais, da sua trajetória
política e da luta contra a exploração das multinacionais
Gilberto
Felisberto Vasconcellos: Que questões envolvem o nióbio no Brasil?
BN
- Toda indústria de alta tecnologia
é altamente dependente do nióbio, não tem turbina de avião, não tem turbina de
termoelétricas, não tem oleoduto se não tiver nióbio, porque ele é
anticorrosivo. E o dado importante, é que justamente 95% das reservas de nióbio
do mundo concentram-se só nas minas amazônicas, onde está demarcada a Reserva
Raposa do Sol, sem serem exploradas. Há uma mina em atividade em Araxá, Minas
Gerais, uma associação do grupo Moreira Sales com o grupo Rockefeller, a Cia.
Brasileira de Mineração de Metais-CBMM. que vendem internacionalmente o nióbio
a um preço abaixo do custo. Fato grave é que mesmo sendo o único exportador no
mundo deste minério estratégico, o nosso país não é sequer capaz de determinar
o preço do nióbio no mercado externo. Nos momentos de baixa dos valores das
commodities como ocorre na crise atual, o preço da extração e do refino fica
superior ao valor em que é cotado na bolsa de Londres, em média U$ 90 o kilograma.
Na jazida atualmente mais explorada, em Araxá, Minas Gerais, a Companhia
Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) pertencente ao grupo Moreira Salles
associado a multinacional Molycorp, do grupo Rockefeller, exporta 90% do nióbio
extraído. Isso é mais um exemplo deplorável da simbiose da burguesia nativa com
os interesses das grandes corporações multinacionais que engordam o
imperialismo. Com o deputado mineiro José Fernando Aparecido, a gente tem
lutado na Câmara por um novo marco regulatório na questão mineral no Brasil. Dá
mais de um trilhão de dólares o nióbio que você tem hoje na Amazônia. Isso com
preço estipulado lá na Bolsa de Londres, abaixo do custo, sem levar em conta a
importância que tem o nióbio hoje na indústria, principalmente na indústria de
ponta. É mais um caso da história de 500 anos de espoliação internacional do
Brasil.
Renato
Pompeu: A sua intervenção no Congresso teve repercussão na mídia?
BN
- Olha, na grande mídia a gente pode
dizer que essa repercussão ela realmente não acontece, e ai a gente entende
inclusive as pressões que deve haver dos grandes grupos multinacionais
nesse sentido, talvez os grandes anunciantes e sustentadores da grande mídia.
Só para dar um exemplo, nós fizemos uma convocação na Comissão de Minas e
Energia, requerimento meu e do deputado José Fernando Aparecido, convocando,
para que se explicasse esse processo de privatizações da Companhia Vale do
Rio Doce, o ex-presidente Fernando Henrique, o ministro das Minas e Energias na
época do governo Fernando Henrique, o senhor Roger Agnelli, que comprou a Vale,
para explicar por que a venderam pelo preço de seis meses do seu faturamento. E
mais, o mais grave, a Constituição Federal diz que quem detém o solo não detém
o subsolo, que o subsolo é patrimônio da União, e junto com a venda da Vale do
Rio Doce entregaram as maiores minas brasileiras, as de Carajás, exploradas
pelo senhor Roger Agnelli.
Renato
Pompeu: A CBMM tem interesse em que não sejam exploradas as reservas de nióbio
de Roraima, que estão nas terras indígenas. Mas a direita militar divulga na
Internet que a demarcação contínua das terras indígenas foi feita para
possibilitar a exploração do nióbio de Roraima por empresas estrangeiras.
BN
- Acho que uma questão não
inviabiliza a outra. Nesse primeiro momento há essa pressão clara da CBMM para
não desvalorizar a exploração do nióbio na mina que ela tem em Araxá, porque é
uma exploração muito mais difícil do que a exploração que é possível hoje na
Amazônia. Mas eu concordo plenamente que essa demarcação, além de atender o
interesse imediato da CBMM, num futuro próximo, ela vai atender ao interesse
internacional de que empresas estrangeiras se instalem ali para fazer a
exploração do nióbio brasileiro.
Wagner
Nabuco: Mas lá no Congresso, como é que você sente a repercussão, quem está
mais para a posição sua e do PDT, quem fica mais em cima do muro, quem combate
mais? Como que é isso lá?
BN
- Hoje, eu acho que é um pouco
difícil você identificar dentro do Congresso, através de partidos políticos,
quais são os grupos nacionalistas. Você tem hoje nacionalismo espalhado em
vários partidos e, infelizmente, talvez seja a fração minoritária de cada um
desses partidos com algumas exceções. Até mesmo no campo da esquerda você tem
partidos que não compreendem a questão do nacionalismo, preferem estar
afiliados a doutrinas externas.
Wagner
Nabuco: Qual a sua posição sobre essa questão que o neto do Jango tem levantado
do fato de ele ter sido assassinado? E se o Jango depois, o único presidente
que nós temos que morreu no exílio, se ele recebeu honras de Estado.
BN
- Não, só houve essas honras agora..
Hoje não tenho dúvidas de afirmar que o presidente João Goulart foi assassinado
por esse processo de cortes de cabeça das principais lideranças políticas de
toda a América Latina pela pressão que surgiu, até dos próprios Estados Unidos
a partir do presidente Jimmy Carter, de que houvesse um processo de reabertura
da América Latina. Houve um acordo com as ditaduras militares dos países da
América Latina Brasil, Chile, Argentina, Uruguai -, e nesse acordo ficou
tratado que se cortariam cabeças, e eu tenho certeza que uma das cabeças
cortadas foi a do presidente João Goulart. Olha, você tem outros exemplos,
inclusive dentro do Brasil, são questionados, o próprio Juscelino, é
questionado o assassinato do Letelier nos Estados Unidos, o colaborador do
presidente Allende, e a morte de diversas lideranças do Movimento dos
Montoneros na Argentina, dos Tupamaros no Uruguai. Digo que a própria cabeça de
Leonel Brizola só não foi cortada porque ele foi avisado pelo governo do
Uruguai que corria risco de vida e foi tomar asilo nos Estados Unidos, pedindo
inclusive para o próprio presidente Jimmy Carter que concedesse esse asilo.
Gilberto
Felisberto Vasconcellos: A cabeça dele está sendo cortada depois de morto.
Agora, no Rio de Janeiro matérias disseram que o Brizola recebeu propina, num
ataque de primeira página.
BN
- Na semana dos 45 anos do golpe. Eu acho que o que é interessante frisar
é que o Brizola é o único político que incomoda a Globo ainda depois de morto.
Wagner
Nabuco: Você, como neto, conviveu com ele na intimidade, você sabia que ele era
vigiado de alto a baixo?
BN
- Quando fiz 16 anos fui trabalhar
com ele, que morava na avenida Atlântica, no Rio, ao lado do Hotel Othon, e o
Hotel Othon instalou uma câmera do lado do apartamento dele, uma câmera
giratória, e ai ele foi lá no escritório, e ele olhou aquilo: “O que é aquilo?
É uma câmera, o FMI já está ai no Hotel Othon!” Ele sabia que não era ação da
ditadura, era ação imperialista.
Tatiana
Merlino: A situação de o nacionalismo ter perdido a força no Brasil pode se
atribuir ao fato de nós não termos mais uma burguesia nacional?
BN
- É, porque se você for analisar, a
burguesia nacional, hoje, não é diferente de toda a América Latina. A burguesia
nacional, hoje, é associada ao imperialismo. Só que, se a burguesia aqui de São
Paulo, a burguesia de Caracas, a burguesia de Maracaibo, a burguesia de Buenos
Aires é essa burguesia que é associada ao capital externo que vem nos
infligindo tantas derrotas, a gente não pode esquecer que houve inúmeros
projetos nacionais desenvolvimentistas que chegaram ao poder em toda a América
Latina e que foram derrotados. Como que a gente vai esquecer do projeto
nacional desenvolvimentista de Getúlio, como a gente vai esquecer do Perón, na
Argentina, como que a gente vai esquecer do Bolívar lá atrás?
Hamilton
Octavio de Souza: Deputado, neste momento quais lutas o PDT está apoiando?
BN
- No momento o PDT tem uma aliança
estratégica com o governo Lula. Nós temos o entendimento que o governo Lula é
um governo plural, é um governo de transição, que teve como qualidade estancar
o avanço do processo neoliberal no país. Quando fomos para o governo Lula, o PDT
firmou um compromisso público assinado pelo presidente da República, de que não
haveria reforma da Previdência e nem reforma na Legislação Trabalhista, que era
a agenda da hora, era agenda aqui da avenida Paulista, era a agenda da
Febraban, era a agenda do governo passado, inclusive tentou fazer a
flexibilização das leis trabalhistas. E, nesse sentido, acho que nós
conseguimos fazer a reversão dessa agenda, hoje não se fala mais em reformar a
CLT, hoje qualquer segmento mais conservador tem medo em falar em reforma da
Previdência, e o partido tem cumprido esse papel. Agora, indo na crise, a gente
fez um enfrentamento importante que foi justamente na defesa da questão do
emprego. A gente tem visto que, como o mercado não deu conta de tudo, e
praticamente não deu conta de nada, é o bom e velho Estado que está salvando da
bancarrota mais uma vez esse famigerado mercado. Acho que nós tivemos um papel
importante exigindo uma contrapartida dessas empresas que forem ajudadas pelo
Estado que, no mínimo, garantam a permanência do emprego dos seus funcionários.
Brizola Neto, Ministro do Trabalho |
Hamilton Octavio de Souza: A gente costuma,
nas entrevistas da Caros Amigos, pedir ao entrevistado que fale de sua vida,
onde nasceu, onde morou etc...
BN
- Nasci em Porto Alegre, numa
passagem rápida da minha mãe que saiu do Uruguai e foi a Porto Alegre
justamente para que eu nascesse brasileiro. E depois do nascimento eu tive que
voltar para o Uruguai, nasci no ano de 1978, foi justamente o ano em que meu
avô foi expulso do Uruguai. Naquele momento minha mãe e meu pai foram para o
Uruguai, ficaram lá numa fazenda da minha avó cuidando das terras. Mas a gente
passou os primeiros anos de vida no Uruguai, eu aprendi a falar em castelhano,
aprendi a falar em espanhol, e claro que não por gosto, mas porque estava
impedido, a família toda, de estar em solo brasileiro. E depois desse processo
houve o processo de reabertura, vem a reorganização do PDT, primeira tentativa
do PTB, a carta de Lisboa, nesse processo a gente ainda estava no Uruguai. É
quando o meu avô retorna e escolhe o Rio de Janeiro, nós voltamos para Porto
Alegre.
Gilberto
Felisberto Vasconcellos: Você tem outro avô exilado...
BN
- Em 1961, o presidente Jânio
Quadros renunciou, o vice-presidente João Goulart estava na China retornando de
uma viagem diplomática, os golpistas se articularam para impedir a posse do
presidente João Goulart. Assume o poder uma junta militar. Nesse processo
começa toda aquela mobilização a partir do governo do Rio Grande do Sul, do
destacamento da Brigada Militar para guarnecer uma torre de rádio, e a partir
daquela torre de rádio fazia a transmissão do atentado à democracia que estavam
fazendo. Naquele momento, essa junta militar manda que fosse bombardeado o
Palácio de Piratini, onde estava lá entrincheirado o Brizola com toda a sua
família, estavam lá a mulher, os filhos do Brizola, com toda a população
embarricada em volta do Palácio. Os membros da junta destacaram para a base
aérea de Canoas que decolassem os jatos e efetuassem o bombardeio. E ali
naquela base aérea tinha um sargento, que não era brizolista, não era
getulista, não era trabalhista, um sargento que era nacionalista e que foi para
as Forças Armadas e jurou a Constituição. E na época, aquele sargento se
insurgiu contra os comandantes da base aérea, se insurgiu contra a trinca
militar, e liderou os sargentos da base aérea e furou o pneu de todos os caças,
impedindo que decolassem para bombardear o Palácio Piratini. Como consequência disso,
ele foi o primeiro militar a ser expulso da Aeronáutica, foi o primeiro militar
a ser banido do país. Ele era piloto de avião.
Gilberto
Felisberto Vasconcellos: Quem era ele?
BN
- O Daudt, capitão Daudt. Que vem a
ser meu avô por parte de mãe. (Vide nota no rodapé)
Gilberto
Felisberto Vasconcellos: Então Brizola Neto é fruto de um avô revolucionário da
parte de mãe e da parte de pai, o Daudt e o Brizola.
BN
- E aí seguindo, houve o processo de
reabertura quando ele decide voltar ao Rio de Janeiro. A gente primeiro vai a
Porto Alegre e permanece um ano em Porto Alegre, e vem para o Rio de Janeiro. O
Brizola era uma coisa proibida no Brasil. Então havia uma demanda reprimida
enorme e, ao mesmo tempo, a família não sabia como estava por aqui, como que
era aqui depois de 20 anos de um nome ser colocado como subversivo, criminoso,
mais de mil processos movidos na Justiça, demonizado exatamente, demonizado,
essa é a palavra. E aí a grande surpresa é chegar ao Rio de Janeiro e ver o Rio
de Janeiro tomado por uma sede brizolista, ver o Rio de Janeiro que tinha 20
anos atrás eleito o Brizola como deputado federal mais votado da história do
Rio de Janeiro, até hoje proporcionalmente. E ai quando a gente chega no Rio de
Janeiro, eu estou falando a família, a gente encontra o reconhecimento e ai a
gente começa a entender a grandeza do Leonel Brizola para o povo brasileiro
e começa a entender o que era aquela demanda reprimida e que se expressava
acima de tudo na eleição do Brizola em 82. Tinha uma frase que dizia: Tá com
Brizola, ou tá com medo? E era exatamente isso que resumia aquela eleição, o
mártir da ditadura militar voltava para disputar uma eleição contra os setores
conservadores e reacionários.
Wagner
Nabuco: E daí, você estudava?
BN
- Eu tinha cinco anos de idade, eu
era novo, mas eu observava isso, e mais que isso, a gente chegou ali e você
tinha aquela elite rancorosa da zona sul do Rio de Janeiro, com quem a gente
convivia. A gente chegou morando na zona sul e a gente sofria aquela oposição
diária daquele nicho conservador da zona sul carioca que não aceitava a chegada
de alguém como Brizola. E a gente vivia ali no meio daquela contradição. Teve
uma coisa que foi importante para mim e que abriu bastante a minha perspectiva
de conhecer pessoas, de conhecer gente, que foi um espaço democrático que é a
praia, e o Rio de Janeiro tem isso.. São Paulo, você chega aqui, a gente vinha
chegando de avião, você olha e tem uma ilha de prosperidade cercada por aquele
mar de periferia. No Rio de Janeiro a coisa é diferente, a coisa é entremeada,
todos os bairros do Rio de Janeiro têm uma favela. Todos os bairros da zona sul
carioca você tem um morro que se coloca ali e deixa clara essa contradição. E
na praia era um espaço em que todos se encontravam, os ricos, os pobres, ali eu
conheci a turma do Cantagalo, ali eu conheci de fato, porque eu conhecia na
teoria o que era o brizolão, mas subi o morro e conheci o que era o brizolão do
morro do Cantagalo, que era um espaço de libertação daquela população, e mais
do isso, o reconhecimento que aquela população tinha daquele espaço, porque
nunca nenhum governante tinha dado alguma coisa de qualidade e ali se botou uma
escola da mais alta qualidade. Eu comecei a ter a dimensão da importância do
Brizola.
Fernando
Lavieri: E no colégio você sofreu discriminação por ser neto do Brizola?
BN
- Sofri bastante discriminação. Num
primeiro momento eu estudei em uma escola particular, e nessa escola particular
o que havia era o pensamento da zona sul carioca, pensamento elitista, aquela
elite raivosa que não suportava ver políticas públicas para pobres, que não
suportava ver políticas públicas para a favela. Em muitos momentos a gente
chegou a ser estigmatizado sim, como se nunca pertencesse àquilo ali, mas a
gente nunca fez questão de pertencer, pelo contrário, chegou um determinado
momento que o meu avô me disse: “olha, você tem que estudar em escola pública”.
E foi para a escola pública que eu fui, escola pública que tinha na frente da
minha casa, escola Castelo Novo, e que não devia em nada para o ensino da
escola particular. Infelizmente, a gente sabe hoje que a escola pública está
cada vez pior, não consegue mais acompanhar as instituições de ensino
particulares, talvez seja mais um dos movimentos de segregação dos pobres e de
reserva de mercado para os filhos da elite. Eu continuei depois os meus
estudos, fiz o segundo grau em uma escola metodista lá no Rio de Janeiro e
ingressei para fazer Direito, que eu não concluí, não concluí o curso de
Direito, faltam dois anos ainda.
Wagner
Nabuco: Como que você entrou para o embate político? Esse é o seu primeiro
mandato?
BN
- De deputado federal. Eu tive um
mandato de vereador, de 2004
a 2006, eu sai no meio do mandato para ser candidato a
deputado federal.
Renato
Pompeu: Quantos votos você fez como vereador?
BN
- Como vereador eu fiz 24 mil e
noventa e poucos votos e como deputado foram 62 mil e 90 e poucos votos. Pelo
Rio de Janeiro. Eu vivi essa realidade que eu estava falando, de integração,
aos 16 anos eu começava a conhecer o que era a grandeza do Leonel Brizola para
a população, e principalmente para a população mais pobre do Rio de Janeiro.
Era muito interessante, porque a gente era hostilizado nesses ambientes de
classe alta, como era na escola particular; quando a gente subiu o morro, a
favela, era uma coisa interessantíssima, porque eu chegava na casa das
famílias, e as famílias tinham a foto do meu avô em casa e eu falava: “Que é
isso!” Entendeu, as pessoas me beijavam e diziam: “Deixa eu abraçar o neto do
Brizola”. E eu ficava às vezes até assustado com aquilo, eu não compreendia. E
esse processo foi muito importante para a gente entender a grandeza de Leonel
Brizola.
Wagner
Nabuco: Deputado, e a sua base de votação reproduz um pouco a base de votação
de seu avô? Ou ela mudou e você tem hoje voto na zona sul?
BN
- Tenho algum voto na zona sul, mas
eu tenho uma votação muito espalhada. Eu não sou campeão de voto em nenhuma
zona eleitoral, mas eu tenho voto em todas as zonas eleitorais. Não tem um
único município no Estado do Rio de Janeiro que eu não tenha sido votado. A
gente até entende um pouco essa lógica, a gente não trabalha a partir de currais
eleitorais, a gente não trabalha a partir de assistencialismo. A gente sabe que
existe um legado, a gente sabe que existe um relicário que foi construído por
esses anos de luta, por essa biografia, por essa história, por essas
realizações todas do Leonel Brizola. As lutas de Leonel Brizola, desde a década
de 50, são as mesmas lutas que nós temos hoje.
(Fonte: Caros Amigos via
Agencia Brasil)
========
========
Alfredo Daudt, avô materno de Brizola Neto, agiu de forma brilhante e corajosa durante o episódio da "Legalidade", em 1961, quando impediu que aviões da FAB bombardeassem o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, onde se encontrava o então governador Leonel Brizola, sua família, membros do governo do Rio Grande do Sul, assim como milhares de populares.
Parte da história do aviador Daudt pode ser visitada em:
http://sul21.com.br/jornal/2011/08/movimento-dos-sargentos-da-fab-foi-reforcado-pela-figura-de-um-capitao/
Leitura - Revista Eletrônica
Nenhum comentário:
Postar um comentário