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Mina de Nióbio em Araxá, Minas Gerais. Foto da Revista Decifra-me. |
O nióbio está entre os metais mais utilizados mundialmente, e o Brasil detém grande parte das reservas mundiais deste minério. Porém, a exploração nacional levanta questionamentos sobre o total valor arrecadado por empresas privadas e órgãos públicos.
De acordo com o blog Nióbio do Brasil, inteiramente dedicado a este metal:
“a aplicação mais importante do nióbio é como elemento de liga para conferir melhoria de propriedades em produtos de aço, especialmente nos aços de alta resistência e baixa liga usados na fabricação de automóveis e de tubulações para transmissão de gás sob alta pressão”.
“a aplicação mais importante do nióbio é como elemento de liga para conferir melhoria de propriedades em produtos de aço, especialmente nos aços de alta resistência e baixa liga usados na fabricação de automóveis e de tubulações para transmissão de gás sob alta pressão”.
O metal dúctil, representado pelo símbolo Nb e número atômico 41, apresenta
ótima resistência e pode ser encontrado também em turbinas a jato para aviões,
assim como na indústria naval e tubulações de grandes diâmetros utilizadas na
construção civil. Devido a sua crescente exploração e uso nos últimos anos, seu
valor também tem oscilado.
De acordo com dados publicados pelo governo Americano, o Brasil detém cerca
de 95% das reservais mundiais de nióbio, sendo estas distribuídas nacionalmente
pelos estados de Minas Gerias, Amazonas e Goiás. Roberto Silva, autor do
site Economia BR, descreve que:
“analisando o total de reservas nacionais de nióbio, (…) com relação a soma
de suas reservas medidas, indicadas e inferidas, aponta em primeiro lugar o
Amazonas, cujas reservas de nióbio apresentam 82,7% do total do país e estão
localizadas no município de São Gabriel da Cachoeira.”
O minério vem sendo comercializado a um preço de 44,00 dólares
americanos/kg. Por comparação, em 2007, o mesmo metal era comercializado a
uma média de 52,00 dólares americanos/kg.
Em 2006, a
produção mundial do nióbio foi estimada em 59,900 toneladas – sendo que o
Brasil produziu 56,000 deste total. Já em um artigo publicado na página da
empresa de mineração Canadense Taseko Mines Limited, afirma-se que atualmente:
“There is a growing demand
for niobium. Global annual consumption of ferro niobium is over 200 million
pounds per year and growing at 5-7% per year.” (Há uma crescente demanda por nióbio. O consumo anual mundial de ferro-nióbio é mais de 200 milhões de libras por
ano e cresce entre 5 e 7% ao ano).
200 milhões de libras correspondem a aproximadamente 90,718 toneladas. Ou
seja, enquanto o valor médio de venda diminuiu nos últimos cinco anos, sua
exploração e consumo aumentaram mundialmente.
Em um artigo escrito por Victor Tagora para a Revista Meio Ambiente, e que
alerta sobre o papel estratégico do nióbio na economia nacional, o autor relata
que:
"fontes dignas de atenção indicam que o minério de nióbio bruto era comprado
no garimpo a 400 reais/quilo, cerca de U$ 255,00/quilo (à taxa de câmbio atual
e atualizada a inflação do dólar)".
Apesar de o valor estar muito mais acima do que outros indicadores
internacionais, o autor concluiu que:
“se o Brasil exportasse o minério de nióbio a esse preço, o valor anual
seria US$ 15.300.000.000 (quinze bilhões e trezentos milhões de dólares). Se
confrontarmos essa cifra com a estatística oficial, ficaremos abismados ao ver
que nela consta o total de US$ 16,3 milhões (0,1% daquele valor), e o peso de
515 toneladas ( menos de 1% do consumo mundial)”.
Mesmo se calcularmos a quantia final tomando por base o valor de 44,00
dólares americanos/kg, e levando em conta 95% da produção mundial estimada,
chegaríamos a um valor de US$ 3.792.000.000/ano. Essa grande variação de
valores tem a ver com o fato de o metal não ser cotado em bolsa de mercadorias,
como a London Metal Exchange – e sim por preços fechados em transações entre
companhias.
Edvaldo Tavares, Médico e Diretor Executivo do Sistema Raiz da Vida,
esclarece no site Revista Decifra-me, que:
“Nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa
228,57 dólares e é vendido no exterior, refinado, por 90 dólares. Como é que
pode ocorrer tal tipo de transação comercial com total prejuízo para a
população do país, é muito descaso com as questões do país e o desinteresse com
o bem-estar do povo brasileiro.”
No próprio site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, dados sobre a balança comercial brasileira relatam os
valores totais de exportação por commodities – entre eles alumínio e minério de
ferro. O nióbio não consta na lista.
Obviamente, que toda exploração mineral precisa levar em consideração
questões ambientais e impacto social. Porém, com toda esta riqueza em solos
brasileiros, parece inevitável o questionamento sobre quem está sendo explorado
através do nióbio.
(Fonte: Global Voices)
(Fonte: Global Voices)
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