sábado, 20 de outubro de 2012

Nióbio: Bem Mineral, Bem Nacional - IV


  Fonte: niobiodobrasil.blogspot.com.br


Nióbio
Rui Fernandes P. Júnior
Especialista em Recursos Minerais

 
4. COMÉRCIO EXTERIOR

O Brasil não realiza importações de nióbio desde 1993, sendo auto-suficiente para atender as demandas do mercado interno, além de suprir a quase totalidade da demanda mundial pelo produto. Em 1981, a CBMM programou uma política de nacionalização, estimulando outras empresas a fabricar produtos como o pó de alumínio e o cloreto de cálcio.

Entre 1997 e 2008, houve um crescimento nas exportações da liga Ferro-Nióbio, tanto em quantidade exportada, quanto em valores em dólares FOB. Em 1997, foram exportados 13.947 ton da liga Fe-Nb e em 2008, 48.562 ton, um crescimento de 248,2%. Já em valores exportados, em 1997 foi de US$ (FOB) 211.600,00 e em 2008, US$ 1.601.902,00, um crescimento de 557,1%.

Quanto ao óxido de nióbio foi observada uma queda na quantidade e um aumento nos valores exportados quanto em valores exportados de 49,4% e 45,4% respectivamente.

O contínuo aumento nas exportações da liga FeNb e a redução do óxido observadas neste período, principalmente a partir do ano 2000, deu-se em função da concorrência predatória no segmento de óxido de nióbio e de ligas grau vácuo, para as quais, o óxido é a matéria prima principal. A ação da concorrência de material proveniente de subproduto do estanho (FeNb Ta) e da columbita-tantalita reprocessados na Rússia e na China levou a uma expansão na oferta de óxido no mercado.

Os principais países importadores da liga FeNb brasileira neste período analisado foram em ordem crescente: Holanda (Países Baixos), Estados Unidos, Japão, China, Alemanha, Canadá, Coréia do Sul, México, Coréia do Norte, Índia, Taiwan (Formosa), Reino Unido, Arábia Saudita, Finlândia, Argentina, Itália, Venezuela e Rússia, representando mais de 95% do total exportado.

Entre os anos de 1999 e 2002, ocorreu uma queda no volume exportado, reflexo das crises do sudeste asiático e da Rússia. Em 2003, ocorreu uma recuperação nos níveis exportados em 1998, sobretudo pelo crescimento econômico mais expressivo na Zona do Euro. A partir de 2004, foram observados sucessivos aumentos nas exportações, principalmente em 2006 e 2007, quando foi observado um crescimento de 105% nos valores exportados.

O crescimento da economia chinesa contribuiu decisivamente para este fato, impulsionando a indústria siderúrgica daquele país e, conseqüentemente, a demanda por aço, incluindo os aços inoxidáveis e aos aços de qualidade superior, a base da liga Fe-Nb. Isto elevou o consumo do metal e inflacionou os preços do produto, pois o aumento na quantidade ofertada foi insuficiente para atender o aumento na demanda.

A CBMM exporta 95% da sua produção para 350 clientes, em mais de 50 países, sendo a única empresa nacional a produzir e exportar o óxido de nióbio, toda a sua comercialização de liga e óxido é realizado através de empresas subsidiárias internacionais: CBMM Europe BV em Amsterdã (Holanda); Reference Metals Company Inc., Pittsburgh, Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos e CBMM Asia Pte, Cingapura, bem como através de seus distribuidores na China, a Citiniobium Trading, e a GFE-Mir/CBMM, na Rússia.

As subsidiárias desenvolvem toda a parte de logística, distribuição e desenvolvimento do mercado sendo responsáveis pelo estabelecimento de convênios e parcerias com clientes e entidades científicas para desenvolvimento de novos produtos.

Toda a produção da Anglo American Brasil da liga Fe-Nb é exportada, pelo porto de Santos, sobretudo para Alemanha, Estados Unidos, Japão e Holanda, além de outros clientes, produtores de aços especiais, no Médio Oriente, Ásia e Austrália.

O nióbio apresenta significativa importância para a balança comercial brasileira do setor mínero-metalúrgico e para economia dos Estados produtores deste insumo: Minas Gerais e Goiás. O Estado de Minas, que possui o terceiro maior PIB entre todos os Estados da federação, os insumos a base de nióbio contribuem significativamente em sua balança comercial, perdendo apenas para as exportações de minério de ferro e derivados e para o café.

O saldo da balança comercial dos produtos derivados de nióbio cresceu 367,76% no período analisado. Entre 2004 e 2005 registrou-se um crescimento de 83% e entre 2006 e 2007, em virtude do boom chinês, foi registrado um aumento de 105%. Em 2007 e em 2008, o saldo ultrapassou a barreira de US$(FOB) 1.000.000.000,00.

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